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Então... solta o som!


Com quase dois anos de existência o Portal Solte o Som volta com modificações no layout, colaboradores, música tema e muita vontade de contribuir para a cena do rock montes-clarense.

Criado no dia 15 de maio de 2008, a Graziela (ou Grazi, para os íntimos - hahaha) tinha como objetivo apenas criar um portal para que pudesse concluir seu curso de web design, já que era obrigatório. Foi então que ela pensou em fazer algo que fosse mais inédito para o pessoal da cidade. Pelo fato de sempre ter gostado de rock e conhecer muitas pessoas que tem bandas ela afirma ter percebido que não tinham quase nenhum incentivo para continuar seu trabalho, até porque aqui em MOC, as pessoas não possuem muita afinidade com o rock.

O primeiro nome foi sommnacaixa.com (horrível, eu sei) esse nome além de complicado pelo fato de repetir uma letra não era bacana, foi ai que tive a idéia de registrar um novo domínio, o solteosom.com.br”, afirma Graziela.
Inicialmente era somente eu quem tomava conta do site, mas atualmente o Maurício (guitarrista da banda Locked Side) também está ajudando”, revela. O Portal Solte O Som, desde sua criação, mantém, em média, 600 visitações por mês. Ao visitar o site é possível ter acesso ao conteúdo de 37 bandas, sendo 27 de MG e 10 de outros estados.

Após a invasão de um vírus o site ficou um tempo fora do ar, então após passar por uma reforma no layout o site volta à ativa com o intuito de conseguir mais acessos e mais materiais de bandas que estejam interessadas em divulgar seus trabalhos. Como o portal tem como lema divulgar o rock é comum que somente sejam aceitos materiais relativos ao rock, essa é a única restrição do portal, dispara Grazi. Para ser um colaborador do site é simples, basta se inscrever por meio de um formulário disponível no site e após isso enviar matérias, músicas, enfim, produtos para que sejam divulgados.

Sobre o rock na cidade de Montes Claros Grazi revela estar meio triste com algumas bandas que estão acabando, poucos eventos – apesar do problema da falta de espaço – e ela espera que 2010 seja um bom ano para o rock em moc, melhor que 2009, que o crescimento seja cada vez mais contínuo. A respeito dos eventos ela revela que “apesar de não ficar até o final sempre procuro marcar presença em todos os eventos de rock, afinal de contas as mulheres estão participando cada vez mais, e isso é muito bom, acredito que, tanto a criação do solteosom, como a criação do espaço garotas do rock, só veio somar para que a presença/participação na cena do rock seja cada vez maior”, relata.

E ainda deseja que o rock tenha vida longa, principalmente em Montes Claros. \,,/

Ah! Então acessa aí: http://www.solteosom.com.br

Flyer: Divulgação.
Por Caroll Marinho .

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E por falar em cinema...


Um fã de rock'n'roll se satisfaz ouvindo discos e vendo vídeos dos seus astros favoritos, e tem seu momento de glória assistindo ao show do seu ídolo na primeira fila. Contudo, se esse rapaz for um verdadeiro roqueiro, vai aprender um instrumento e montar uma banda com seu melhor amigo. Afinal, como diria Renato Russo, tudo que um fã de rock quer é estar no lugar do seu ídolo.

Mas, se ao invés de rock o alvo de adoração dessa pessoa for o cinema? Bem, ele seria um cinéfilo e ao invés de uma banda, chamaria seu melhor amigo para escrever e produzir filmes. Foi mais ou menos assim que os jovens cineastas Duran Veloso e Iesus Filho começaram a se aventurar na 7ª arte, primeiro na frente das telas e hoje atrás das câmeras.

A dupla que sempre vinha trabalhando com filmes amadores, quase sempre divulgados somente entre amigos, surpreendeu a todos com "Daniela", curta produzido em 2008. O que num primeiro momento parecia ser um simples drama adolescente, teve transposição para as telas feita de forma tão profissional (sob direção de Iesus) que chamou a atenção de todos e é de longe o trabalho mais notável dos dois.

Bem, o mais notável até agora! No próximo dia 20 de março estréia "Morre Filho da Puta", trama curiosa que aparentemente envolverá agentes secretos, palavrões e bacon. Ou talvez nada disso. Para tentar entender tudo isso conversei com Iesus Filho, que concedeu, em primeira mão, entrevista ao Garotas do Rock. Confiram abaixo.

Gabriel: Em primeiro lugar, a pergunta que todos os que tiveram notícias do filme querem fazer: De quê se trata essa nova produção?
Iesus: Olha, esse novo filme trata-se essencialmente de violência e comédia - em suas vertentes extremas, mas, vá lá, nem tão extremas assim, observando a atual safra do cinema trash marginal brasileiro. Não vai ter, por exemplo, sexo explícito. No fundo é um filme divertido e, se atingir este objetivo, já será fantástico.

Gabriel: De quem foi a idéia dessa estratégia de divulgação misteriosa?
Iesus: Misteriosa? Bondade sua. Essa estratégia de divulgação nasceu naturalmente, em uma idéia idealizada por mim e, obviamente, necessitando a execução dos comparsas envolvidos na produção. Mas nada para criar grandes expectativas (como dá para notar através de todo nosso material de divulgação), somente algo que não passe tão despercebido aqueles que tenham contato com algo do filme. Eu realmente não sei como isto deu certo.

Gabriel: Além de você, quem é a equipe envolvida na produção?
Iesus: Olha, por mais que seja eu quem dirija a produção eu divido com Duran Veloso, como já venho fazendo há algum tempo e até mesmo com o programa de tv, e acabamos, ainda bem, dividindo todo o processo organizacional do filme. Mas a equipe completa é formada por pessoas que já conhecia, amigos de longa data, que de uma maneira ou de outra, sempre acabaram se envolvendo nas minhas produções ou outra atividade similar. Tem o Nicácio Dieger que é meu vizinho há uns 11 anos e foi graças a filmadora do pai dele - usada clandestinamente - que realizei meus primeiros experimentos audiovisuais; minha namorada Zahirah também foi coagida a participar, afinal minha idéia era fazer do set um lugar agradável, por mais que o cansaço e tensão sejam os sentimentos diretos e incidentes neste tipo de situação. O mesmo caso, de amizade de longa data, acontece com os outros membros, desde ex-colegas de sala à companheiros de boemia, acabei usando, como expressou bem o Nicácio, um "Nepotismo não-familar", então no filme tem o Murilo Franco (ator fetiche), Rafael Gusmão, Pedro Nogueira, Camila Oliveira, Marco Azevedo, Zerzil Jr, Ronaldo Elias, Déborah Lopes; e, fugindo um pouco da regra, atores experientes, que nos concederam a oportunidade de participarem do filme, como Seu Beto e Dejanira Neves. Muita gente nasce para o cinema (marginal ou não) sem saber; então, é só algum corruptor aproveitar-se desta situação.

Gabriel: Quanto tempo, desde a concepção do roteiro até a edição final, durou a realização do filme?
Iesus: Sinceramente, acho que completará um ano todo o processo. Desde a concepção até a finalização, serão 12 meses mesmo. Filmamos em julho do ano passado (sendo que já havíamos começado a pré-produção alguns meses antes) e, devido a compromissos com o programa de tv, faculdade e trabalho, conseguimos finalizar agora - na verdade, sempre existem ainda ajustes a serem feitos até uma semana antes da estréia. Admito que eu e Duran somos um pouco sistemáticos.

Murilo (de preto), Iesus e Duran (de laranja).

Gabriel: Em 2008 você surpreendeu a todos com o curta "Daniela", um filme muito bem conduzido sobre conflitos sentimentais de uma adolescente. O que muda no processo de realização de "Morre filho da Puta" para o filme anterior?
Iesus: Primeiramente, obrigado pelo elogio à Daniela. O que muda... bem, quase tudo. Desde a equipe até a própria essência do filme. O Daniela tinha o roteiro de Luis Gustavo Montes, apesar das alterações que ocorrem no decorrer do processo, mantém a característica pessoal do autor. No MFdP, a história (se é que merece título de história) e roteiro são meus e torna-se mais fácil trabalhar com uma ideia que surgiu de você - apesar do problema de tentar transportá-la inteligível para outras pessoas. Mas enfim, não só isso. Daniela era um filme bonito, naturalista, introspectivo, existencial e subjetivo. Este, sem delongas, é trash mesmo, flertando com brega diretamente (e orgulhosamente), como dá pra perceber desde a citação inicial de Waldick Soriano. Acho que no MFdP eu aprendi a relaxar mais e a me divertir com os problemas, eu estou um pouco mais seguro, e isto acabou refletido (positivamente e/ou negativamente) na tela. Mas nada teria acontecido sem o Daniela, claro, que me ensinou a prática e ainda me fez conhecer pessoas incríveis.

Gabriel: Tive a oportunidade de assistir alguns filmes produzidos por você em parceria com Duran, que apesar de muito bons não chegaram a ser apresentados ao grande público. Por quê isso acontece? Qual o critério para dar ao filme uma grande divulgação ou mantê-lo apenas entre amigos?
Iesus: Acho que cada obra tem seu objetivo, pelo menos o idealizado pelo realizador, em um primeiro momento. No caso específico supracitado, alguns dos vídeos que faço são meros exercício ou prazer puro. Então são feitos sem qualquer pretensão senão o autoconsumo, mas acessíveis a quem se interessar - sob a advertência implícita da possibilidade de iminente tempo perdido por parte do espectador. O critério? Não sei, poderia, há pouco tempo, dizer que o fator determinante poderia ser a "seriedade" inerente à obra, mas com o lançamento de MFdP este pressuposto perdeu a validade. Então só posso culpar, no momento, o rumo como as coisas tomam, valendo-se da lembrança de que o própria MFdP de início era para ser mais um dos "feitos para consumo próprio".

Gabriel:
Quando sua paixão por cinema extrapolou a passividade de espectador e o fez querer criar?
Iesus: Eu não sei direito, mas há coisas que simplesmente são ou acontecem. Talvez isto venha desde a infância, onde a maioria das crianças, numa simples brincadeira de comandos em ação ou barbies, criam e contam histórias. Eu sempre fui fascinado por ouvir e, posteriormente, contar. Como mencionei, não sei bem quando a paixão "extrapolou a passividade" - rapaz, tá todo envocado com este seu vocabulário, hein? - mas esse desejo veio crescendo paralelamente com o meu próprio crescimento e simular histórias para autoconsumo seja com comando em ação, seja por histórias em quadrinho, acabou se tornando insuficiente. Então tive que dar os passos seguintes.

Gabriel: Os diretores mais notáveis sempre preservam uma característica ou estilo próprio, qual seria o seu?
Iesus: Concordo com você quando diz que diretores notáveis tem seu estilo próprio, transmitindo seus traços para seus filmes que tornam-se únicos. Agora, eu posso até emular isto, mas não sou mais do que um "fazedor de vídeos" que tenta aprimorar a técnica a cada experiência audiovisual - e acho que MFdP não me tornará notável (pelo menos não este "notável" por você expresso).
Mas ok, estilo... Eu já disse que sou meio sistemático. Tecnicamente eu gosto muito de velocidade e experimentar a câmera, abusar imprudentemente, tentar captar algo, senão distinto, pelo menos um pouco exótico. Agora sobre "questões abstratas", tento visualizar o que me despertaria os sentimentos que quero extrair do espectador, trabalhar com o humano, onde até uma situação específica, contenha em sua essência algo universal. Mas cortando essa baboseira metida a lírica, o que me dá ânimo é focar o desejo e agressividade, as forças motrizes do comportamento humano - irracional.

Gabriel: Quais diretores considera mais influentes para sua formação cinematográfica?
Iesus: George Miller (Mad Max, Bruxas de Eastwick), Jörg Buttgereit (Nekromantik, Der Todesking), Stanley Kubrick (A morte passou perto, O iluminado), Danny Boyle (Extermínio, Cova Rasa), David Cronenberg (Vodeodrome – a síndrome do vídeo, Scanners), Chan-wook Park (Oldboy, Sympathy for Mr. Vengeance), Paul Verhoeven (Vingador do futuro, Conquista Sangrenta), Pedro Almodóvar (Maus hábitos, Matador), Anselmo Duarte (O pagador de promessas, Absolutamente certo), e fazer o quê: Tarantino também, que já se incorporou na cultura pop da geração. Mas especificamente para este curta, me inspirei ideologicamente no videomaker brasileiro Petter Baiestorf, que dispensa apresentações.

Gabriel: Falando em diretores e filmes, o que você achou dos indicados ao Oscar de melhor filme de 2009?
Iesus: Sobre o Oscar, eu não acompanhei este ano – na verdade só vi uma vez, quando a Fernanda Montenegro perdeu, etc. – não é lá uma premiação que bate com o que costumo assistir ou opinar. Mas vi quais foram os indicados, e com certeza não veria/ não irei ver metade dos indicados a melhor filme; contudo, a outra metade tem muita coisa boa, como o mestre James Cameron, Tarantino e Kathryn Bigelow; e fiquei feliz em saber que ela se deu bem e faturou a caneca de melhor diretora e filme (bem como em outras categorias), já que além de outros filmes machos, ver a realizadora de “Caçadores de Emoção” (Point Break) ganhando um prêmio da “nata” das artes e ciências cinematográficas é uma satisfação irracional minha; afinal, nunca esquecerei as sessões da tarde em que ainda poderiam ser vistos pérolas da ação, como no caso específico onde o “Ghost” Swayze todo oxigenado, surfando roubando banco, sendo perseguido por um “Neo” Reeves todo boy e cismado à hotshot, e ainda tendo de bônus uma ponta de Anthony Kiedis interpretando o estereótipo californiano que ele representa e ainda levando tiro no pé. É eu acho que o Oscar ela já devia ter ganhado há muito tempo atrás.

Gabriel: Vindo para um pouco mais perto, o que você acha do cenário cinematográfico em Montes Claros?
Iesus: Gabriel, acredita que conheço pouquíssimo do cenário cinematográfico de Montes Claros? Descobri mesmo esses dias um vídeo de arte nota dez, que até depois participei da recuperação do material, chamado “Cinema Bumerangue”, com Aroldo Pereira em performances que até hoje reverberam de quando em vez na minha cabeça; foi surpreendente, primeiro porque não gosto de filme de arte (claro, sempre existem exceções) e segundo porque era uma co-produção do Waldir Veloso, que agora faz comigo e com Duran o programa Em Bom Português. Tem o Alberto Graça que fez um filmaço policial – que é item obrigatório de qualquer cinéfilo da cidade – chamado “O Dia da Caça”; o Édes Barbosa, que reside aqui; Carlos Alberto Prates que, infelizmente, nunca tive a oportunidade de ver – ainda. Mas da nova safra, tem a mulher multimídia, ao pé da letra, Lara Araújo, que não se resume somente ao cinema (com o excelente “Sobre a falta de”), mas com peças teatrais e textos sublimes, sem falar da Nave; o Señior Fernando Rodrigues, que está aí formando público intensamente com o Cinema Comentado CineClube há uns seis anos e é sempre o louco que nos dá espaço e voz para exibirmos nossas pérolas; o videomaker psicodélico Mateus e seus vídeos de dinâmica singular; e mais uma porrada de gente fazendo por aí, mas que, infelizmente, acaba não se encontrando ou mesmo sabendo um do outro. Falhas de distribuição e divulgação (além de outros de cunho subjetivo): o problema-de-sempre do cinema.

Zahirah e Iesus preparando um ator.

Gabriel: E o cenário artístico no geral?
Iesus: Olha, estou bem por fora da situação artística da cidade no momento. Este filme e os outros compromissos acabaram me deixando meio à margem, então perdi muita coisa boa. Ainda sim, tive a oportunidade de conhecer melhor o trabalho de Seu Beto (que faz uma participação especialíssima no MFdP, com Dejanira Neves), ator, cantor e declamador oficial do poeta Cândido Canela; as obras de Walmir Alexandre; tem aí a Semana Igor Xavier, que além de manifesto, acabou também contribuindo muito para o enriquecimento cultural da cidade, trazendo artistas do nível de Fabian Queiroz; tem o Psiu Poético, que é uma oportunidade de conhecer os poetas da região e mesmo um espaço para os mesmos; o Rock Moc, que além de ser um espaço para apresentação de bandas, é um dos poucos eventos grandes que restarem para se ouvir um rock em volume alto e secar um destilado. Mas no fim, ainda falta a interação, comunicação da galera. Montes Claros está caminhando, falta apostar em diversidade, sendo mais liberal e anárquico – mas sou otimista, creio de que isto é questão de tempo.

Gabriel: Fale um pouco sobre esse programa de TV que produz em parceria com Duran Veloso. Do que se trata? E como tem sido a resposta do público?
Iesus: O Programa em Bom Português é um projeto idealizado pelo professor, advogado, escritor e, agora, apresentador do programa, Waldir Veloso, que como é possível deduzir, é o pai de Duran Veloso. Tudo começou há quase um ano, botando em prática um programa que visava conciliar o aprendizado da língua portuguesa com toques leves de humor. O argumento e apresentação são de responsabilidade de Waldir, enquanto a direção e edição por nossa conta (eu e Duran). Acabamos também assumindo a parte da criação dos jingles e mini-sketchs (esquetes) humorísticas, que acabaram ganhando mais espaço nos últimos programas. É bom porque temos uma liberdade enorme para criar e, ainda por cima, é uma prática contínua da técnica audiovisual e da própria capacidade de concisão, observado o tempo de 15 minutos do programa. Já chegamos ao nosso vigésimo sétimo programa, que pode ser conferido, assim como os outros, todos os dias no canal 20 da tv paga da cidade, como também na internet, pelo link http://www.youtube.com/user/embomport. Um programa leve, popular, rápido e com censura livre Aproveitando, vou deixar também o link da iD produções no youtube: http://www.youtube.com/user/idproducoesmg.

Para quem quiser conferir de perto o trabalho, "Morre Filho da Puta" estréia na próxima sexta-feira, dia 20 de março, às 19:00, no centro de convenções do Sesc de Montes Claros. Para conhecer os trabalhos mais “Undergrounds” da dupla, seguem os links abaixo:


No mais, até a próxima!


Fotos: Divulgação
Por Gabriel Lima .


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